08 julho 2005

Tudo o que se ouve é a máquina funcionando e os estudantes e professores eufóricos com a chegada do fim de semana e do fim do semestre. Mas a porta azul com o molho de chaves pendurado em sua fechadura não se move. Imóvel, silencioso e impassível o trinco me confronta, como o nariz de um carcereiro: Não sairás daqui tão cedo mocinha. E eu me calo. O telefone também não se manifesta, fica ali em sua branca quietude. Chaves! Meu coração e meus ouvidos ficam em estado de alerta e o som vai sumindo pelo corredor sem que tenha parado aqui. A vassoura da faxineira também se afasta aos poucos. Tudo o que se ouve é a máquina funcionando.