29 maio 2006

Síndrome do Ninho Vazio

Estava há pouco relatando os efeitos da dita síndrome, não, minto.

Estava há pouco comentando da existência da dita síndrome por telefone para o Sr. Meu Namorado. Ela vai se criando, se alimentando da ausência dos moradores do tal ninho, o morador restante é o atacado. No caso, eu. Moro com duas outras pessoas no momento, em breve serão três novamente. Embora sejam só duas, e que tem atividades fora do ninho boa parte do dia, quando presentes muito se fazem notar (vejam bem, não estou reclamando). Uma, a julgar pela quantidade de som e vibração que produz, vale por... algumas. Outra, por eternamente estar ouvindo música e/ou cantarolando, não se pode ignorar. E assim, quando não estão e não estão e não estão e não estão, nem quando saio nem quando volto, nem tampouco um pouco antes de dormir, só pra dar boa noite; sinto falta deles. E mais, não só eles povoam a casa, há também os eventuais e os habitué, amigos, namorados... Estes, desta vez, também não puderam comparecer. A síndrome é maligna, não dá trégua, não importa que tenhas passado o dia com pessoas, não importa que sejam apenas duas ou três noites, ela virá.

Existem os pequenos prazeres que a solidão propicia e que a síndrome não nos deixa ver, só percebemos quando o ninho se enche:

-Se arrumas a casa, ela permanece arrumada!

-Se não arrumas, a quem importa?

-Se lavas roupa, não precisa disputar a tapas o varal e grampos.

-Podes usar o banheiro quando quiser, como quiser!

-Até de porta aberta...

-Tua música não incomodará ninguém.

-Podes ver o filme mais chinfrim e chorar no final, não serás julgado.

Pequenices de dia a dia, mas é disso que se faz convivência, quem explica?