21 junho 2005

Aos poucos a mão que afagava meu cabelo vai cessando o movimento e o braço que a sustenta pesa sobre meu ombro. Nesse momento, imóvel, sinto como se coisa alguma na face da Terra me pudesse fazer mal. Estou protegida. Almejo que o tempo pare. (Isto certamente não vai acontecer.) Respiro profundamente, talvez ao menos no meu peito fique gravada esta sensação de serena plenitude.
Um tremor! (Sssssshhhhhhh, ta tudo bem.)
A mão volta a afagar meu cabelo. Suspiro, já não comando meus pensamentos em sonolento turbilhão: "...Que cheiro bom! Ah, meu Deus. Por que tu não dormes? Se eu doar sangue hoje a pessoa que o receber vai se sentir tão bem quanto me sinto agora? Deixa eu segurar a tua mão..."
Amanhece.

Nenhum comentário: